De São Paulo
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Com tantos pontos a defender, Nadal tem que traçar estratégia para sobreviver no topo do ranking na próxima temporada, e isso significa perder e pular torneios.
Rafael Nadal |
O tenista espanhol Rafael Nadal, n° 1 do mundo, vem, desde o começo do ano, em uma trajetória impressionante de vitórias.
Para quem não sabe, o espanhol esteve fora das competições por mais da metade do ano passado, por causa de uma lesão no joelho.
Nadal, que havia sido o n°1 por duas vezes, somando 102 semanas, perdeu pontos importantes enquanto ficou parado e na temporada 2013 ele começou em quinto lugar.
Ele recomeçou na gira sul-americana, em um torneio ATP 250 de Viña Del Mar, no Chile. Percebia-se a sua hesitação e também que ele ainda sentia dores no joelho, mesmo assim ele foi vice-campeão do torneio.
Do Chile, Nadal veio para São Paulo participar também de um torneio ATP 250. Ele tinha que recomeçar em torneios que não tinha jogado na temporada anterior para poder somar pontos e também ir aos poucos se sentindo mais seguro.
Nadal ainda tinha pontos a defender e ele foi em um crescendo impressionante de vitórias até chegar aos torneios que ele não tinha participado na temporada anterior e, nesses, os pontos começaram a entrar inteiros.
Ele somou pontos suficientes para poder de novo brigar pelo topo do ranking. Foi uma escalada impressionante e, com certeza, desgastante.
Nadal, que já levava o título de Rei da terra batida, depois de vencer o US Open, e todos os torneios que participou em piso duro, sai de New York com o título de Rei do piso duro.
Nadal foi para a China onde também não tinha pontos a defender. Ele sabia que faltavam poucos pontos para o topo. E foi aí que começou o sangue frio de um estrategista. Perder jogos para poder ter pontos a ganhar na próxima temporada.
Nadal tem que pensar que se ele ganhar todos os torneios, vai ter que defender todos os pontos no próximo ano e pode, com isso, perder o topo do ranking.
Perder na final para Djokovic em Beijing foi uma jogada de mestre. Ele saía como perdedor do jogo, mas como ganhador da guerra. De novo Rafael Nadal era o número 1 do mundo. Ele estava no topo do ranking e com uma margem de pontos a ganhar no próximo ano, caso seja necessário.
Sair nas semifinais em Shanghai fazia parte dessa mesma estratégia.
Pular o ATP 500 de Valencia é quase tacada de mestre e voltar em Basel, como treino para o Tour Finals é simplesmente genial.
Os pontos do Finals são preciosíssimos para Nadal manter o ranking.
Claro que pode dar tudo errado, afinal são partidas e tudo pode acontecer.
Em 2014 Nadal vai ter que defender pontos em tantos torneios que cansa só de pensar, mas ele tem válvulas de escape se começar a dar errado.
Ele já vai começar pelo Rio Open, que, se ganhar, vai substituir Viña del Mar e São Paulo.
Ele vai ter o Masters 1000 de Miami para poder ganhar pontos, vai ter o Masters de Montecarlo, afinal ele foi só vice, vai ter Wimbledon, onde saiu na estreia e vai poder somar pontos preciosos, vai ter Beijing, Shanghai e Valência.
Nadal só é o Touro Miúra nas quadras, mas na estratégia tem muito sangue frio.
Nesta temporada, estes foram os torneios que o maiorquino participou:
1) ATP 250 de Viña del Mar, Chile - vice-campeão
2) ATP 250 de São Paulo, Brasil - campeão
3) ATP 500 de Acapulco, México - campeão
4) ATP Masters 1000 de Indian Wells, USA campeão
5) ATP Masters 1000 de Montecarlo vice-campeão
6) ATP 500 Barcelona, Espanha - campeão
7) Masters 1000 de Madrid, Espanha - campeão
8) Masters 1000 de Roma, Italia - campeão
9) Torneio de Roland Garros, França campeão
10) Torneio de Wimbledon, Inglaterra saiu na estreia
11) Masters 1000 de Montreal , Canadá campeão
12) Masters 1000 de Cincinnati, USA campeão
13) US OPen, New York, USA campeão
14) China Open, Beijing, China vice-campeão
15) Shanghai Rolex Masters, China semifinal
Nadal, só neste ano, ganhou em prêmios U$10,870,089.
Tiro o meu chapéu pra esse deus espanhol que sabe como ninguém colocar o coração dele dentro da quadra para encher o nosso coração de alegria.
Vamos Rafa!
Bernadette S. Holvery
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